15 de setembro de 2009

Mas já?!

Há umas semanas, no leva e trás de coisas do meu quarto, meu irmão arrancou da bagunça um adesivo daqueles para carro da Cowparade de anos atrás, uma vaca malhada com capa de super herói sobre um fundo azul. Quando eu vi aquela história de parada da vaca pela primeira vez, achei o máximo. E pra encurtar: hoje decidimos nos arriscar no evento desse ano em São Paulo... Quem disse que uma semana pra entrega final é empecilho? Para quem se animar, o link está junto com os outros ali da barra direita (como é mesmo o nome disso?). Mãos à obra!

1 de setembro de 2009

Paulista


Apenas dois dias de ir conhecer São Paulo conjuntamente à minha escola, não pude deixar de postar aqui sobre a primeira visão que tenho de minha cidade: a de um paulistano.

Lembro-me bem de quando subi no topo do prédio do SESC Paulista com minha amiga e seus pais. Eu, a Marina e seu pai olhamos os prédios que cortam os céus enquanto a Thereza (que é pernambucana) ficava a nos perguntar o que víamos de bonito ali. “Só paulistano pra entender a beleza de sua cidade”, respondi e hoje quando penso nesse momento cada vez mais me agarro na certeza deste pensamento.

Não sei quantos de nós, moradores daqui, passamos pelas ruas e admiramos muito além de nossos relógios, é realmente difícil olharmos bem para as casas e prédios, que mal interpretados no fundo são nossas obras de arte. O Rio possui toda a beleza natural e histórica, enquanto a pobre SP é direcionada como uma capital cultural, mas apenas dentro de museus e casas de arte.

Fico imaginando o que seria de São Paulo se nossas ruas fossem vastas da mesma beleza de cidades renomadas como as da Europa, será que nós moradores pararíamos para admirar tudo, ou persistiríamos no passo apertado e falta de atenção ao redor?

Eu particularmente sou apaixonada pela minha cidade e não sei se a deixaria tão facilmente, mas devo reconhecer que não é fácil viver em um lugar tão caótico quanto aqui, enquanto carros e construções novas nos engolem a cada olhar. Minha cidade é reconhecida como de passagem, como de poucos e constantemente não é levada a sério quando se trata de um espaço de moradia; de convivência. Porém eu prefiro pensar que aqui é minha casa, que de tão incomum tem paredes modernas de metais, um quarto de ladeiras e sala de botequins. São Paulo se encontra de tudo, de todos. De pessoas que vem e vão, sem ao menos saber por que amam tanto SP

do eterno inacabado

Não foram raras as vezes em que gastei mais tempo pensando se já tinha terminado alguma pintura ou desenho do que projetando a coisa em si. E parece que nessas semanas isso é tema recorrente - pura impressão, mas é como se todo espaço parecido com ateliê estivesse destinado a ser palco da discussão uma hora ou outra. Por outro lado, costumo ouvir os discursos de fora, ou mesmo fugir de uma resposta que dê a impressão de que eu não tenho ideia do que é ter terminado ou não uma obra. Porque, muitas vezes, eu acho que não sei mesmo; um pouco envergonhada, um pouco desapontada com a falta de reflexão, mas acho. Bom, aconteceu que um dia foi a própria Renata que me perguntou como eu sabia se já tinha terminado uma pintura, e minha réplica deve ter sido realmente muito improvisada para eu só ter agora uma vaga ideia do que respondi (tudo se resume em um "não sei" aprimorado). Como que eu sei? Por enquanto, esse final é uma grande enrolação, e se ela for das boas,  o espectador vai acreditar que está terminada - e pronto. Claro, aí entramos em questões maiores, no que é de fato ver uma obra, se ela independe do meio, etc. Mas olhando uma pintura como essa do Klimt, saber que ela não está terminada não é freio suficiente para o eventual fascínio que ela possa exercer, possivelmente pela abertura que temos hoje para olhar as coisas sem uma crítica tão forte ao processo exposto, presente na obra. E mesmo assim, a tarefa de terminar não é mais fácil agora, e muito menos isso se dá aleatoriamente. Métodos conhecidos estão sempre a postos: se afastar, descansar a ideia, olhar de novo e de novo. Mas na prática, como que eu sei? Eu termino.